Pedadogia da Autonomia (parte 5)
Eu fico pensando, sobre a palavra disciplina (do Lat. disciplina), que quer dizer, segundo o dicionário on-line priberam: regime de ordem imposta ou livremente consentida; a ordem conveniente e necessária ao funcionamento regular de uma organização (militar, escolar, etc. ); relações de subordinação do aluno para com o mestre ou instrutor; observância de preceitos ou normas; conjunto de conhecimentos que se professam em cada uma das cadeiras ou matérias nos estabelecimentos de ensino; submissão a um regulamento; autoridade ou obediência a ela; ensino, instrução; educação; (no pl. ) correias com que se açouta por penitência ou castigo.
Me alarma é o fato de que essa palavra alcançou o mesmo significado de Educação, isso mostra que o paradigma de que educação só se dá pela subordinação é algo solidificado mesmo. Pois, para que serve então a disciplina se não para controlar, ou domar alguém. Geralmente isso ocorre quando precisamos que alguém faça algo contra a sua própria vontade, de forma forçada, obrigada.
Certamente essa obrigação vai de contra a uma educação que prima pela autonomia, pois como a própria palavra (do Grego autonomia, autós, próprio + nómos, lei) significa segundo o dicionário on-line priberam. Pois a disciplina aqui perde o seu valor, o seu porque. Para que obrigar alguém a fazer algo se ela por si só quer fazer. E para isso a via do respeito, do não menosprezo ao autro é a melhor maneira de chegarmos a essa educação otimizada e eficaz.
Pedagogia da autonomia (parte 4)
Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos – nesse item Freire nos mostra que o que se aprende nas salas de aula pode e deve ser alinhado com a realidade fora dos muros das escolas. Isso deve ser usado não só para poder se falar o linguajar dos alunos, mas para que a escola seja um ponto de partida para a criação de um mundo melhor. Que a escola seja um local para se formar/preparar mais que futuros profissionais e sim cidadãos, pois essas duas dimensões são inter-relacionadas, a meu ver.
Obs.: Cada vez me convenço que Jesus é o maior educador que pisou nesse mundo!
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Pedagogia da autonomia (parte 3)
O que me chama a atenção nesse capítulo foram as qualidades que Freire cita por serem necessárias tanto aos educadores quanto aos educandos. Para esse tipo de aprender criticamente, então, os educandos e educadores precisam ser criadores, instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes, e persistentes.
Freire coloca-nos a diferença entre o intelectual memorizador e o sujeito crítico. O primeiro é aquele que fala bonito por devorar livros, mas sem reflexão com a realidade que o cerca, que assume o papel de embalagem do saber acabado e o segundo é aquele que imbuído de humildade, de que tem consciência que é um ser histórico e sabe que está em constante aprendizado. Daí Freire apresenta o termo "do-discência", ou seja, docente e discente em um só sujeito seja ele professor ou aluno.
Com esse ser do-discente, no item - Ensinar exige pesquisa - Freire ressalta a característica do professor, que deve ser não uma qualidade mas um elemento constitucional da natureza desse. O que elenca com a característica do educador, tal como o aluno, como um ser que está em constante aprendizado também.
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Pedagogia da autonomia (parte 2)
Mas conforme no início do livro, Freire não se amansa com essa imunização e se propõe a evitar a indiferença, que a meu ver assola a educação como um todo. Ou seja, argumenta contra a passividade que está presente no não alinhamento do pensar, falar e fazer. Pois tenho visto muito discurso com pouca ação e questiono então o pensar dos burocratas da educação e até mesmo de muitos professores.
Continua...
Pedagogia da autonomia
Bom falar de Paulo Freire é algo, que pode parecer demasiadamente batido, devido a sua presença nos estudos de pedagogia, mas sempre que penso assim e vou procurar algo sobre ele, esse educador me surpreende com sua história. Pois esse grande homem que se destacou pela educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da criticidade, é considerado um dos pensadores e praticantes mais notáveis da história da pedagogia. E esse pensar/fazer criticamete que me deslumbra, cada dia mais.
No início desse livro, que é a última obra publicada em vida, Paulo Freire nos coloca com as Primeiras palavras, um elemento crucial para a prática pedagógica e que está aninhado com o que é característico de sua obra - a ética - a qual se refere como a ética maior. Ou seja, a retidão entre o pensar, o falar e o fazer que qualquer professor deve primar em sua práxis. Isso sempre permeado pelo aspecto político, o qual se faz transversal ao ato de educar com autonomia. Pois essa ética maior é a que suplanta o cinismo, a exploração do homem, a verdade travestida, o ato de iludir, a covardia e a ação de destruição dos sonhos. Uma ética que se alinha com a "vocação ontológica do ser humano de ser mais" situada frente a história. Esta posição, contudo, que nos mostra como "seres condicionados mas não determinados". Ou seja, como seres que têm na esperança e na fé a possibilidade de superar a insistência do neo-liberalismo em proliferar o conformismo.
Continua...