Esta mudança na forma de conexão com a Internet se mostra, quase que certamente, devido a convergência de três tendências:
- o crescente número de dispositivos móveis que possibilitam tal acesso
- o aplicativos e conteúdo da Web cada vez mais adaptados a tais dispositivos e
- o contínuo desenvolvimento das redes sem fio que suportam tais conectividades.
Assim, devemos refletir-agir-refletir urgentemente em como utilizar, de maneira inovadora e contextualizada com a sociedade da informação e colaboração, recursos como:
- os da Web 2.0 como os construtores e editores colaborativos de arquivos online,
- os blogs, vlogs (Vídeoblogs), flogs (Fotoblogs),
- os presentes nas redes sociais, como o Twitter, Facebook, Orkut, YouTube,
- os leitores de livros eletrônicos,
- as ferramentas de anotação,
- os GPS e bússolas,
- os acelerômetros e sensores de movimento e
- os de captura e edição de som, vídeo e imagem.
Contudo, tenho percebido que em tais pesquisas e literatura, quando abordam o como aprendemos com tais recursos na atualidade, as considerações tendem sempre a ser relacionadas à prática do ensino. Isso pode evidenciar a concepção velada de que aprendizagem só pode ocorrer dentro do contexto formal das escolas do sistema educacional e não formal como nas aulas particulares de idiomas, música dentre outras semelhantes. Assim lanço uma questão: a aprendizagem informal, não poderia nos oferecer bons subsídios para repensarmos em como os estudantes podem aprender com tais recursos tecnológicos móveis?
Aí vejo que os recursos presentes nos dispositivos móveis, quando se mostram plataformas comunicacionais inerentes ao cotidiano de nossos estudantes, podem e devem ser concebidas para além do ensino expositivista das tendências pedagógicas tradicionais. Usar a tecnologia móvel como quadros negros mais sofisticados e remotos, iPads como apostilas com recursos multimidiáticos mas que se prestam apenas à transferência e averiguação de conteúdos nos aprendentes e o YouTube como um vídeo cassete on-line móvel, onde os alunos são vistos apenas como receptores, não nos faz inovadores. Na verdade, se trabalharmos como os dispositivos móveis dessa maneira estaremos apenas repetindo práticas de ensino tradicionais de forma mais, digamos, “perfumada”.
Um vídeo interessante que nos mostra de forma alegórica o que quero dizer é:
Assim, vemos que estamos frente a um bom desafio: o da inovação não proporcionada pela simples adoção dos recursos que os dispositivos móveis nos oferecem. Estamos, na verdade, frente a um desafio de inovação da práxis educacional suportada por recursos comunicacionais. Recursos que cada vez mais se mostram libertos das telas dos desktops no sentido da presença dos espaços físicos de nossa realidade atual.