Pat Martino

Pat Martino, foi um dos guitarristas mais importantes para minha formação musical. Aqui comento sobre esse grande músico de 77 anos que nos deixou no dia primeiro de novembro de 2021 em sua casa no sul da Filadélfia.

Vale lembrar que esse grande músico percorreu um caminho de muita musicalidade e que foi dividida por um fato inusitado: em 1980, ele fez uma cirurgia no cérebro e depois dessa, ficou sem memória. Entretanto, como muito esforço e luta ele reaprendeu meticulosamente a tocar novamente o instrumento até que por mais três décadas depois desse fato reconstruiu sua carreira com uma musicalidade inovadora.


 Joseph Donofrio, seu empresário de longa data, disse que a causa foi um distúrbio respiratório crônico, que forçou Martino a parar de se apresentar após uma turnê pela Itália em novembro de 2018.

A forma de tocar do grande Pat Martino começou a chamar a atenção quando ele ainda era adolescente. Tendo sido expulso de uma escola católica ("algo a ver com chiclete" disse o próprio Martino) e logo depois tornou-se músico profissional, juntando-se à big band do cantor Lloyd Price e depois, em 1962, tocando com o grupo do saxofonista Willis Jackson.

Em 1967, quando tinha 20 e poucos anos, lançou seu primeiro álbum, “El Hombre”, pela gravadora Prestige, e uma série de discos bem conceituados se seguiram. No início de sua carreira, ele costumava fazer comparações com guitarristas de jazz consagrados, como Wes Montgomery, mas na década de 1970 ele já tinha uma sonoridade própria.

Vale destacar que em 1975, deforma inovadora, foi aclamado no The San Francisco Examiner com os seguintes dizeres: “Pat Martino: quebrando barreiras entre o rock e o jazz”. 

Ele foi um músico que, como dito ao The Examiner em 1975, não se considerava um músico de jazz, mas que tinha uma visão musical em grande parte inspirada pelas filosofias orientais.

Para ele o jazz era um estilo de vida e um tipo musica que abarcava uma improvisação espontânea. Em sua autobiografia, ele descreveu o processo de recuperação de memória: “Conforme eu continuava a trabalhar no instrumento”, escreveu ele, “flashes de memória musical e memória muscular voltaram gradualmente à minha mente".

Sua cirurgia e o período de recuperação, disse Martino, mudaram o que ele procurava em sua música.

“Costumava ser fazer tudo o que pudesse para ter mais sucesso em meu ofício e em minha carreira”, disse ele ao jornal Edmonton. “Hoje, minha intenção é aproveitar completamente o momento e tudo o que ele contém.”

Os discos que ele fez após a sua recuperação de memória são: “All Sides Now” (1997), no selo Blue Note, um álbum no qual ele gravou faixas com outros guitarristas famosos, incluindo o icônico Les Paul e Joe Satriani. Dois de seus álbuns, também no Blue Note, foram nomeados para o Grammy Awards, “Live at Yoshi’s” (2001) e “Think Tank” (2003).

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