Pedagogia da autonomia (parte 4)

Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos – nesse item Freire nos mostra que o que se aprende nas salas de aula pode e deve ser alinhado com a realidade fora dos muros das escolas. Isso deve ser usado não só para poder se falar o linguajar dos alunos, mas para que a escola seja um ponto de partida para a criação de um mundo melhor. Que a escola seja um local para se formar/preparar mais que futuros profissionais e sim cidadãos, pois essas duas dimensões são inter-relacionadas, a meu ver.

Ao afirmar que o ensinar exige criticidade, Freire relaciona o conhecimento dos cientistas e os filósofos com a curiosidade do camponês, onde o que difere estes modos de conhecer é a curiosidade epistemológica dos acadêmicos.

Mas o que mais fiquei impressionado foi o como essa criticidade pode nos situar frente à tecnologia ou a ciência de forma a não “diaboliza-la” nem “diviniza-la”. “De quem olha ou mesmo espreita de forma criticamente curiosa.” Pois ensinar, exige estética e ética, decência e pureza, pois ser é estar. O que me lembrou da capacidade, do professor de ser um Ad-mirador, segundo o próprio Freire, e de contagiar isso em seus alunos. É ser capaz de incentivar nos alunos a propriedade de comparar, de decidir, de romper de discutir o gosto, pois esse se discute sim e é por ele que se tem a capacidade de assunção (ação de assumir) que somos seres transformadores, que criam, com sonhos e com respeito profundo ao outro. E é esse respeito que nunca se pode confundir com ser bonzinho por comodismo de não decepcionar o outro, pois isso é ser submisso. Esse respeito é o mesmo, que segundo Freire, do amor inerente a ira que Cristo dispensou aos vendilhões do templo.

Obs.: Cada vez me convenço que Jesus é o maior educador que pisou nesse mundo!

continua...

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