Desterritorialização - Umwelt - Rede - Educação

Estive pensando, baseado em um texto sugerido pelo professor Hermes Renato Hildebrant, na disciplina Conceitos Fundamentais e Práticas no Design e Estéticas Tecnológicas do TIDD. Esse texto é o "Rede e subjetividade na filosofia francesa contemporânea" de André Parente.

Esse autor refere-se à tendência que temos ao sedentarismo culminando com as evoluções tecnológicas de transporte e principalmente pelas tecnologias de informação e comunicação. Onde a "ideia de que o horizonte de nossos trajetos é o ciberespaço, o último veículo, ligado em rede e podendo ver e agir a distância, ponto de concentração de todo o espaço anulado pela ubiquidade absoluta, é, no mínimo, uma utopia tecnológica e um contra-senso histórico-cultural".

E me deparando pela pergunta calcado por Parente ao buscar a localização dos fenômenos, me coloco a pensar novamente no conceito de Umwelt e o processo sempre falho de tentarmos violá-lo para vislumbrar os objetos real e ontologicamente, mais objetiva que subjetivamente.

Parece, contudo, que essa tentativa é realmente frustrada, mas extremamente rica frente à eficácia necessária à nossa sobrevivência neste mundo.

Assim, essa tentativa cada vez se mostra mais e mais presente em nossas vidas e que não depende do deslocamento espacial, da presencialidade, mas sim do deslocamento virtual e rizomático. Deslocamento esse que se processa em forma de rede, não linear da hierarquia unidirecional da sociedade e consequentemente da organização de elementos presentes a nossa realidade, como a arquitetura e organização espacial das nossas cidades e as formas representacionais (mapas) utilizados para nos localizar.

Um bom exemplo é o mapa da rede de metrô, rodo e ferroviária de transporte público da grande São Paulo, ao transgredir, como já fizera o metrô de Londres anteriormente. Realmente esse mapa fica longe da representação clássica dos mapas fotográficos. O que podemos chamar, parafraseando Santaella ao se referir às formas representacionais pós-fotográficas. Nessas formas podemos averiguar o efeito de dissociação, cada vez mais forte, que a informação faz da comunicação e seus meios.


Realmente a informação, ao ser digitalizada, ou seja, transcodificada em linguagem matemática, se mostra mais suscetível ao processamento de signos em fenômenos ao entrarem em contato com nosso Umwelt.

Então pode-se entender que atividades humanas feitas (virtualmente) na rede, como nas transações financeiras, processos de produção, articulações administrativas, consultas e procedimentos médicos, dentre tantas outras não são potencialmente viáveis, mas que já estão a muito tempo sendo praticados. Então, pergunto: será que precisamos aguardar que a prática humana mais cristalizada por paradigmas se mova realmente para essa teia?

Ah, me esqueci de dizer qual é essa prática humana cristalizada, no sentido organizacional que mostra sua tendência estacional, onde a mudança encontra grandes resistências internas e externas, mas acho que está fácil de entender que é a "educação formal".

Contudo vemos grandes exemplos de trangressões dessa cristalização como por exemplo em cursos onde a educação é, presencial e a distância, praticada de forma cooperativa entre aprendentes e ensinantes em AVA's.

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